Sempre fui daquelas pessoas que, quando chega a um sítio novo, gosta de ficar atenta e observar primeiro. Fico ali, no meu canto, em silêncio. Não por timidez… mas porque há uma parte de mim que precisa de tempo. Essa parte é a Maria. A minha dislexia. Durante muito tempo, pensei que a Maria era algo que eu devia esconder. Que era o meu ponto fraco. Aquilo que me fazia diferente dos outros. Só mais tarde percebi que ela é, afinal, a minha parte mais criativa, sensível e espon

Tantas flores passaram pelo meu caminho até à primeira história que vos contei. Todas elas simbolizam a minha vida desde o meu nascimento. Numa dessas flores está a história da gravidez da minha irmã, que também vos contei. Elas representam desafios, pensamentos e dificuldades que se transformaram em bênçãos entre o passado, o presente e o futuro. Aos oito anos, fui diagnosticada com dislexia fonológica profunda. Naquele momento, não sabia o que estava para vir… mais tarde, d

Quem diria que a Maria iria voltar um dia ao secundário?! Quem diria que, após tantos anos, ela seria "chamada ao quadro" novamente, mas...

Admito que possa ter feito uma pequena maldade para a minha amiga Maria... pois, pedi-lhe que lembrasse de um momento difícil da sua adolescência. Contudo, fi-lo para perceber o quão forte ela é e por tudo o que já alcançou. Para a história de hoje a Maria viajou ao passado até às aulas de inglês. Ela odiava esta disciplina, não apenas porque tinha muita dificuldade com a pronúncia e articulação das palavras, mas também o professor tinha a tarefa de chamar os alunos ao quadr

Um novo desafio se aproxima e eu nem queria acreditar quando soube pela primeira vez... a Maria ficou paralisada sem saber como reagir e...

Até parece contraditório, mas a verdade é que adoro conversar (mesmo com uma amiga tão tímida como a Maria ao meu lado) principalmente...

Serei eu a única que já sentiu vergonha de admitir que é disléxica? Reconhecer que tem dificuldade em ouvir o que dizem ou interpretar a conversa incorrectamente? Ou que já teve medo de pedir ajuda porque tem dislexia? Coloca a mão no ar quem já o fez! (Eu!) Quando conheci a Maria, pela primeira vez, senti que devia protegê-la e por isso, fui mantendo-a ”escondida”. Tudo parecia correr bem, até que o tempo foi passando e eu sentia-me cada vez mais ”culpada”. Sentia-me enver

Quando conheci a minha amiga Maria, pela primeira vez, fiz-lhe uma promessa : - Maria, como tua amiga, quero ajudar-te a alcançar a felicidade! Não sei quanto tempo demorará, mas um dia vais ser reconhecida por todo o teu esforço. Vais descobrir que a dislexia não é nenhum impedimento na tua vida. Nem que és diferente dos outros, apenas és alguém muito especial. Apesar das dificuldades que tens as pessoas vão valorizar o teu trabalho. Com o objectivo definido, sabia que tínha

Já passou muito tempo desde que a Maria e eu terminámos os estudos. Hoje conto-vos um dos momentos mais marcantes da Maria enquanto andávamos no secundário. Lembro-me de uma aula de matemática, em que estávamos a aprender a resolver problemas através de equações. A Maria ficava aterrorizada com estas aulas, pois já sabia que existia uma grande probabilidade de ser chamada ao quadro (é curioso pensar como um simples quadro, uma superfície rectangular e lisa, pode criar tanto